sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Em Londrina, rede elétrica de 'camelódromos' oferece risco de incêndio

FOLHA DE LONDRINA, 24 de setembro de 2010

Cabos expostos, extensões sobrecarregadas e sinalização precária são facilmente encontrados nos shoppings 'populares' da cidade


Em meio à confusão de produtos, sons, imagens, cores e sabores dos labirínticos corredores dos shoppings que comercializam produtos importados - os camelódromos -, o consumidor quase sempre se esquece da própria segurança. Mas há pelo menos um perigo que ninguém deveria negligenciar: o de incêndio, potencializado por falhas nas instalações elétricas e pelas ''gambiarras'' criadas pela falta de fiscalização. O risco cresce ainda mais daqui até o final do ano com o aumento do movimento por ocasião do Dia das Crianças e da antecipação dos presentes de Natal.

A FOLHA percorreu três das principais galerias populares do Centro de Londrina e constatou que os problemas se repetem. As inconformidades são mais evidentes no shopping popular localizado na esquina da Rua Mato Grosso com Sergipe. Além de contar com o maior número de lojas, o espaço tem dois andares. Isso multiplica as deficiências na rede elétrica. Na esquina da Avenida São Paulo com Benjamin Constant, outro centro de compras de dois andares também não está a salvo das ligações caseiras e excesso de aparelhos em uma única tomada.

O shopping que apresenta a rede elétrica em melhores condições é um situado na Rua Minas Gerais, que foi quase totalmente destruído por um incêndio na noite de 16 de junho de 2008, um sábado. Embora o fogo tenha queimado grande quantidade de mercadoria, ninguém saiu ferido porque o local já estava fechado. O espaço foi reconstruído e reinaugurado com outros 130 lojistas. A fiação agora fica organizada em canaletas de metal no chão, instaladas entre um box e outro. Os corredores são amplos e os extintores são de fácil localização.

Sinalização precária - Nos boxes dos camelódromos não é difícil encontrar caixas de distribuição de energia com um emaranhado de fios expostos. Comuns também são os filtros de linha e extensões sobrecarregadas com equipamentos eletrônicos como TVs de plasma, videogames, aparelhos de som, carregadores de celulares, ventiladores, DVDs, brinquedos eletroeletrônicos, entre outros ítens. Ligações caseiras ''isoladas'' com fitas adesivas são facilmente localizáveis. Pelos corredores, emendas improvisadas também ficam aparentes. Para amenizar o forte calor, a instalação de ventiladores e aparelhos de ar condicionado contribuem para sobrecarregar a rede.

Somado a isso tudo, ainda tem o fato de que grande parte dos comerciantes mantém estoques de mercadorias nos seus pontos de venda. E, outros, fazem pequenos consertos de eletroeletrônicos utilizando ferramentas elétricas para realizar pequenas soldas, por exemplo. Por fim, a sinalização de ''saídas de emergência'' é precária ou inexistente. O mesmo acontece com os extintores. Falta também a instalação de refletores de acionamento automático para as urgências.

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