GAZETA DO POVO, 8 de julho de 2010
Governador pede que a irmã do antecessor, Lúcia Arruda, deixe a presidência do Provopar. A intenção é que o cargo seja ocupado pela primeira-dama
O governador Orlando Pessuti começou uma nova reforma no secretariado e afastou mais alguns remanescentes da administração do antecessor Roberto Requião do governo. Os primeiros a cair nessa nova mudança foram o chefe da Casa Militar, coronel Washington Rosa, e o presidente da Ferroeste Samuel Gomes. O substituto de Rosa será o coronel Aurélio Alves Xavier da Conceição. Já o nome do novo presidente da Ferroeste ainda não foi definido por Pessuti.
O secretário de Assuntos Estratégicos e diretor-presidente da Celepar, Nizan Pereira, também perdeu o cargo, mas continua no governo. É provável que assuma a assessoria especial de Direitos Humanos. No lugar de Pereira na direção da Celepar assume hoje o empresário José Antonio de Castro.
A presidente da Provopar e irmã do ex-governador Requião, Lúcia Arruda, também está na berlinda. Pessuti pediu no início desta semana que ela colocasse o cargo à disposição. A intenção do governador é que a primeira-dama, Regina Pessuti, assuma a presidência do órgão. Tradicionalmente, a primeira-dama ocupa o cargo. Essa linha, no entanto, foi rompida no segundo mandato de Requião, quando a irmã do governador assumiu o posto. “A tradição paranaense sempre foi essa: que a Provopar pudesse ser dirigida pela esposa do governador. Foi isso na história da Provopar, foi isso na história política do Paraná. Então, era essa a atitude que eu esperava da Lúcia Arruda no dia 5 de abril, que ela viesse e efetivamente entregasse o cargo”, afirmou.
Segundo o próprio governador, Lúcia teria se negado a entregar o cargo. Isso porque, como a Provopar é uma Oscip, mudanças no comando teriam de passar por uma votação da diretoria. “Esperei 90 dias e pedi a ela ontem [na terça-feira] que me entregasse a presidência da Provopar. Ela disse que não pode porque [a Provopar] é uma Oscip [...]. Vamos ver agora como as coisas se resolvem”, contou o governador após a cerimônia de transmissão do cargo ao presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Carlos Augusto Hoffmann. Pessuti viaja na tarde de hoje para a África do Sul para participar do lançamento do selo oficial da Copa de 2014 e acompanhar a final entre Holanda e Espanha em Johannesburgo.
Além de confirmar que pediu o cargo da irmã de Requião, Pessuti deixou no ar a possibilidade de exonerar o assessor especial Benedito Pires, um dos nomes ligados ao ex-governador Requião. Pessuti afirmou que não comentaria a situação funcional de Pires porque ele está em férias, mas também não afastou a possibilidade do afastamento do mesmo. Sobre a diretora do Museu Oscar Niemeyer (MON) e mulher de Requião, Maristela Requião, o governador afirmou que não pensa em pedir a saída dela do cargo.
Vingança - Corre nos bastidores que Pessuti teria uma lista de nomes de integrantes do primeiro e segundo escalão ligados ao governador Requião que seriam demitidos. O governador negou que haja essa lista e que as mudanças sejam algum tipo de vingança contra o antecessor. “Nenhuma dessas coisas estão pautadas no ódio ou no sentimento da vingança pessoal.”
Pessuti afirmou que as mudanças são apenas ajustes na equipe para ter nos cargos de comando “pessoas afinadas” com o novo governo.
Requião e Pessuti estão afastados há cerca de seis meses. O clima entre os dois ficou ainda mais tenso logo depois que Pessuti assumiu o governo do estado no lugar de Requião, que teve de deixar o cargo para poder concorrer ao Senado.
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