segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Compra de votos em Londrina indica possibilidade do crime em toda a Região

INSTITUTO AME CIDADE, 21 de dezembro de 2009


A investigação do Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre compra de votos em Londrina, que teria sido praticada nas últimas eleições pelo vereador Joel Garcia (PDT), traz para o noticiário um estratagema eleitoral que andava muito bem escondido. O crime é bem conhecido, mas de difícil comprovação, como tantos outros meios ilícitos e imorais que são usados para vencer eleições.

O MPE já dispõe de elementos que complicam bastante a situação do vereador Garcia. Foram encontradas duas listas com nomes de eleitores, nos quais constam seus endereços, número do título de eleitor e zona e seção eleitoral onde votaram. Vários desses eleitores já firmaram em depoimento que receberam quantias entre R$ 30 e R$ 40 para votar no pedetista.

Todos são pessoas simples e contaram nos depoimentos que a venda dos votos foi para eles uma forma de subsistência. A compra dos votos era feita por cabos eleitorais que teriam agido a mando do vereador.

No entanto, a entrevista de um desses cabos eleitorais concedida ao jornal Folha de Londrina neste final de semana mostra que outros candidatos a vereadores podem ter usado esquema semelhante ao descoberto pelo MPE na eleição de Garcia. O cabo eleitoral, que conversou com a Folha no anonimato, garante que outros vereadores da Câmara atual de Londrina também compraram votos.

Para Joel Garcia, conforme disse à Folha, ele comprou votos de eleitores com a promessa de que sua filha seria nomeada assessora de gabinete do vereador, trato que Garcia teria descumprido depois de eleito.

A oferta de emprego é outro crime eleitoral. O texto jurídico que trata do assunto é o seguinte: “É vedada a captação de compra de voto que constituiu em doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública”.

Também ouvido pelo jornal londrinense, o juiz Renato Cardoso de Almeida do TRE do Paraná disse que a compra de votos é uma prática frequente e que "a promessa de emprego público tem crescido extraordinariamente".

A investigação do MPE em Londrina vem revelar que a compra de votos, um crime que parece coisa da República Velha, está sendo usado ativamente neste Brasil moderno e numa cidade que é a segunda maior do estado do Paraná e onde existe imprensa e Justiça relativamente atuantes.

O que os paranaenses se perguntam então é o que pode estar ocorrendo em outras cidades da Região, onde esse tipo de crime acaba sendo acobertado pelo fato de elas terem os meios de comunicação e instituições fiscalizadoras menos atuantes ou atrelados ao interesse de grupos políticos.

2 comentários:

Indignado disse...

Quem mora em Cornélio Procópio viu muito bem o que aconteceu na última eleição. Tem histórias de arrepiar.

Anônimo disse...

Vou responder o que aconteceu em outras cidades. A mesma coisa que aconteceu em Londrina e em tantas outras do nosso pais, ou seja compra de votos, com promessa de emprego ou algum dinheirinho....
Um absurdo, é preciso tratar o assunto com seriedade, as instituições responsaveis por fiscalizar, sozinhas não conseguem atuar em todos os lugares, as pessoas precisam estar verdadeiramente consciente da responsabilidade do voto. é amigos verdadeiramente o Brasil não está preparado para votar democraticamente, mas por culpa dos politicos mal intencionados que através da miséria dos pobres, acaba mantendo os mesmos sobre controle, ou seja "vote em mim que eu lhe prometo um cargo aqui, ou lhe pago um dinheirinho ali" e os coitados continuam na mesma, e os politicos safados tambèm.... ACORDA BRASIL.....