segunda-feira, 9 de novembro de 2009

As conquistas e os desafios nos 20 anos do Hospital Universitário de Maringá

O DIÁRIO DE MARINGÁ, 7 de novembro de 2009

Criado em 1989 graças a um convênio entre prefeitura e UEM, Hospital Universitário Regional de Maringá (HU) completa duas décadas ainda inacabado


Em 2008, quase 47 mil pessoas foram atendidas no Hospital Universitário Regional de Maringá (HU). O número corresponde a 19,50% da população de Maringá – 240.292 habitantes – em 1990, um ano depois que o hospital entrou em funcionamento, ainda sob a forma de pronto-socorro municipal que atendia 24 horas. Vinte anos depois de criado, o HU é o hospital público da macrorregião (que comporta mais de 1 milhão de habitantes) e possui 802 funcionários para dar conta da demanda.

Se as conquistas de duas décadas devem ser comemoradas, as faltas precisam urgentemente ser consideradas, antes a instituição vá para a UTI. A maior delas, que impede o HU de se transformar no hospital de referência pensado desde a implantação, é a conclusão do plano diretor – área de 27.800 metros quadrados e 300 leitos. Hoje, em 9.760,83 metros quadrados, o HU possui 123 leitos em atividade, sendo 92 para internamento e 31 no pronto-atendimento.

“Estamos dando saltos muito grandes, mas precisamos terminar o hospital”, diz José Carlos Amador, superintendente do HU. Obras em execução vão dobrar a área da instituição, mas continuarão distantes do projeto inicial. São elas: unidade de imagenologia, unidade de estudos de bioequivalência de medicamentos, bloco administrativo, bloco industrial, anfiteatro, unidade de quimioterapia e ambulatório de hematologia e bloco de tratamento dos resíduos de saúde, totalizando 5.700 metros quadrados.

A diretora de enfermagem Magda Oliveira, funcionária do HU desde o início, lembra que no começo a quase ausência de professores no então pronto-socorro que serviu de embrião ao hospital-escola era marcante. “Os funcionários não passavam de 50, todos se conheciam”, diz. Em 1992, os corredores começaram a ser ocupados por docentes e estudantes de Medicina e Enfermagem.

O ginecologista Weber Sobreira graduou-se na sétima turma de Medicina da UEM. Após quatro anos de residência na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Sobreira voltou ao HU na função de médico plantonista e foi um dos primeiros ex-alunos a pertencer ao quadro de professores do departamento. “Aprendemos e ensinamos que a UEM está comprometida com ensino, pesquisa e extensão. Nosso desafio é consolidar a qualidade de ensino, mantendo a excelência na formação dos jovens médicos e avançarmos nas pesquisas”, avalia.

Desejo antigo
Reitor da UEM e signatário do convênio com a prefeitura para a criação do HU em dezembro de 1986, Fernando Ponte de Souza conta que a demanda para implantação dos cursos de Medicina e Odontologia na UEM era antiga, mas havia pressão contrária por parte de alguns setores na capital. “Havia aqueles que temiam a perda da força política de Curitiba frente ao crescimento econômico e populacional do interior e sua consequente qualificação por meio de bons cursos de saúde e tecnológicos”, diz.

Souza lembra que 38 médicos trabalhavam dia e noite no pronto-socorro de 42 leitos, com clínica geral e pediatria. O custo era dividido entre a prefeitura e a UEM. Somente em 1990 os cursos de Medicina e Odontologia foram assumidos pelo Estado.

O ex-reitor, que hoje reside em Florianópolis, esteve em Maringá na sexta-feira participando da cerimônia em comemoração ao aniversário do hospital. Ele foi um dos homenageados, ao lado do ex-prefeito Said Ferreira, do primeiro diretor, Robson José da Silva Souza, do primeiro doador de sangue, João Hildebrand Filho, do primeiro paciente internado, Everson Luiz de Oliveira, dos ex-superintendentes e dos primeiros servidores contratados por concurso público, entre 1989 e 1990.

Na avaliação de Souza, é difícil imaginar Maringá e região sem o HU. “O hospital consolidou-se com qualidade mas, em razão de seu caráter público, precisa do reconhecimento federal por meio de verbas significativas para o desenvolvimento de projetos à altura de sua importância.”

Cronologia
1987 – criação do pronto socorro; 1990 – Centro de Controle de Intoxicações; 1991 – serviço de nutrição e dietética e ativação de 27 leitos de enfermaria; 1992 – incorporação Hemocentro Regional; 1993 – clínica cirúrgica, ginecologia e obstetrícia, centro cirúrgico, berçário, ambulatório de especialidades e serviço social; 1997 – biblioteca setorial, Banco de Leite Humano e UTI neonatal; 2001 - UTI adulto e pediátrica; 2003 – pronto socorro 24 horas; 2004 – consultório buco-maxilo; 2006 – serviço de diagnóstico por imagens; 2007 – ampliação do laboratório de análises clínicas.

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