sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vereador de Londrina acusa fraude em operação de venda de ônibus

JORNAL DE LONDRINA, 9 de outubro de 2009


O vereador Joel Garcia (PDT) acusou ontem no plenário a Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) de simular a venda de 104 ônibus usados para outra empresa do grupo, a Mapa. O vereador exibiu notas fiscais dos veículos entregues a R$ 500 cada para a Mapa, que se encarregaria da venda dos ônibus por valores de mercado. A operação, diz o vereador, provoca distorções na tarifa do transporte porque o desgaste dos ônibus está incluído na planilha do transporte. Assim, quanto menor o valor de venda do veículo menor o peso dele no bolo da tarifa. Notas de veículos semelhantes vendidos pela Francovig, que operava no setor, mostram que os ônibus custam entre R$ 30 mil e R$ 70 mil. “É fraude pura. A meu ver, a empresa está furtando Londrina”, atacou, em discurso no plenário. Os documentos foram obtidos após um pedido de informações e formam, no entendimento de Garcia, “a maior prova de que essa empresa deve ir embora de Londrina, o contrato deve ser quebrado e o serviço licitado novamente”. O vereador foi presidente da Comissão Especial de Investigação (CEI) na Câmara que analisou o setor do transporte público em Londrina.

Advogado cita contrato
Do outro lado, o advogado da TCGL, Moacyr Correa Neto, afirmou que Garcia “é um irresponsável que não conhece o funcionamento do transporte coletivo”. De acordo com ele, a TCGL prefere não vender veículos usados diretamente e os transfere para que a empresa do grupo, a Mapa, faça isso. “Se a TCGL quiser doar, vender a R$ 1 ou outro valor qualquer, pode fazer porque o ônibus é dela e está fora do sistema. Não há cláusula contratual que diga que o ônibus deve voltar ao Município, embora seja pago pelo valor das passagens. Pertence à empresa”, frisou.

Questão relevante
O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Lindomar dos Santos, afirmou que a questão levantada por Garcia é relevante, mas também afirma que as falhas do contrato permitiram a situação: “É fruto de um contrato mal feito, mal direcionado e mal elaborado pela gestão anterior.” O vereador Joel Garcia prometeu entregar os documentos ao Ministério Público.

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