sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ex-secretário da Fazenda teve vida de festas

O DIÁRIO, 28 de outubro de 2011


Luiz Antonio Paolicchi entrou na Prefeitura de Maringá nos anos 90 e é apontado como um dos mentores do maior rombo nos cofres públicos da história da cidade. O esquema ruiu em 2000, quando ele era secretário de Fazenda do então prefeito Jairo Gianoto.

O declínio começou quando um informante encaminhou à Justiça cópias dos registros dos bens de Paolicchi – nove fazendas, dez apartamentos, 15 carros, dois aviões, um helicóptero e uma empresa de água mineral. A única fonte de renda oficial era o salário que ele recebia da prefeitura, de R$ 4 mil à época. Estima-se que ele não declarava nem um décimo disso à Receita Federal.

Após as investigações feitas pelo Minstério Público, Paolicchi, Gianoto e servidores da prefeitura foram alvos de dezenas de ações por desvio de dinheiro e sonegação. Estima-se que em valores atualizados, a dupla Gianoto - Paolicchi tenha desviado R$ 500 milhões dos cofres públicos, quase o que o município arrecada atualmente em um ano.

O Ministério Público apurou que todo o patrimônio de Paolicchi teria sido obtido por meio de desvios de variadas formas do caixa da prefeitura, com a conivência de Gianoto. Do uso de laranjas a depósitos direto na conta, o ex-prefeito também fez seu pé de meia, com um patrimônio milionário ao deixar o cargo.

Paolicchi levava uma vida de rei à frente dos cofres da prefeitura. Viajava com seus aviões por todo o País, era conhecido por promover festas gigantes e ser generoso nas gorjetas e presentes.

Com a descoberta do esquema e a prisão decretada, Paolicchi fugiu. A Interpol chegou a ser acionada para localizá-lo, mas quem encontrou o ex-secretário foi a Polícia Federal. Ele estava em um apartamento em Camboriú (SC), com uma mala de dinheiro. Contra ele pesavam as acusações de sonegação fiscal, desvio de dinheiro público, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Paolicchi foi condenado e passou 4 anos, 7 meses e 10 dias na cadeia. De todo o dinheiro roubado por Paolicchi e Gianoto, estima-se que cerca de R$ 20 milhões voltaram aos cofres da prefeitura por meio de processos.

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