segunda-feira, 30 de maio de 2011

Moinho Pacífico se instalará em Cornélio Procópio quando o Brasil estiver bem em"questões econômicas, políticas e tributárias"

INSTITUTO AME CIDADE, 30 de maio de 2011

Foi em um evento com a presença do diretor da empresa Moinho Pacífico que o prefeito em exercício João Carlos Lima teve que assinar um documento oficial — pois afinal ele é o prefeito da cidade, mesmo que o prefeito licenciado Amin Hannouche não reconheça isso de fato em público. Na foto ao lado, os três (Hara, Lima e Amin Hannouche).

A reunião com Roberto Hara, diretor do Moinho Pacífico, foi para a assinatura de uma minuta de contrato de permuta de um terreno entre a empresa e a Prefeitura. E o próprio release da assessoria de imprensa e propaganda da Prefeitura deixou escapar o que os procopenses já suspeitam de há muito: o Moinho Pacífico não virá para Cornélio Procópio.

Hara disse que a instalação da empresa na cidade seria “uma questão de tempo”, mas a justificativa que deu para a empresa não ter vindo até agora deixa claro que até o final do mandato de Hannouche isso não acontecerá.

O diretor da empresa afirmou que a instalação não aconteceu até agora “em função de questões econômicas, políticas e tributárias".

Aqui cabe bem o ditado que diz que meia palavra é suficiente para um bom entendedor. Se até agora o Moinho Pacífico não se instalou em Cornélio Procópio em razão de “questões econômicas” dificilmente isso poderá ocorrer pelo menos até o final do ano que vem, um período que até economistas do PT confirmam que, no mínimo, será de muitas incertezas.

Além do mais, uma empresa da dimensão do Moinho Pacífico não tem possibilidade de tomar uma decisão de tal importância em questão de meses. Que ninguém se engane: o talvez do diretor do Moinho Pacífico é uma maneira diplomática de dizer não.

A instalação dessa empresa na cidade foi uma promessa de campanha de Hannouche e evidentemente puxou muitos votos para ele. Lembramos isso somente porque foi o próprio Hannouche que trouxe o fato de volta, ele que não desce do palanque há pelo menos sete anos.


Logo que foi reeleito, o prefeito recebeu o mesmo Roberto Hara que, segundo a assessoria de imprensa e propaganda de Hannouche, “veio para cumprimentá-lo pela vitória nas urnas”. Isso foi em outubro de 2008 e Hannouche estava acompanhado por Arnoldo Marty Júnior, seu vice que então era o prefeito em exercício. Marty Júnior foi posteriormente acusado de roubo de trator e preso pelo Gaeco. Veja os três (Hannouche, Hara e Marty Júnior) na foto ao lado.

Nesta reunião de 2008 Hannouche disse o seguinte: “É a prova de que não estávamos mentindo, como insinuaram nossos adversários na campanha. A instalação da indústria aqui é só uma questão de tempo”.

Pelo visto, quase três anos depois a definição da vinda também é “uma questão de tempo”, como o assunto foi tratado pelo diretor Hara na semana passada. O representante do Moinho Pacífico justificou a demora alegando “questões econômicas, políticas e tributárias”.

Hara sabe do que está falando. Em reportagem do jornal Valor Econômico há menos de duas semanas o próprio dono e presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, definiu o ano de 2010 de forma bem forte: “foi medíocre”, ele disse. O setor está com sérios problemas com a alta dos preços internacionais do trigo no mercado internacional, sem ter como repassar toda alta ao valor do produto final, a farinha de trigo. Além do moinho, os negócios do grupo Moinho Pacífico também se estendem ao setor imobiliário.

Mas, voltando às promessas de campanha, já que o prefeito trouxe de volta o assunto, nesta reunião em outubro de 2008 anunciaram que a previsão era que no ano seguinte (ou seja, já em 2009) começaria a construção da unidade da empresa em Cornélio Procópio.


Acertem ao menos
o nome dos parceiros
que pretendem conquistar

Uma ajuda aos assessores de imprensa e propaganda do prefeito Amin Hannouche (PP). Tentem ao menos grafar direito o nome de parceiros de quem o prefeito precisa tanto. É até uma questão de dever profissional, mas no aspecto político também pode ser um atrapalho escrever errado o nome de empresários tão conhecidos como o dono e presidente do Moinho Pacífico.

O nome de Lawrence Pih foi trazido também pelo prefeito Hannouche, em outra retórica de palanque. Só que os negociadores tem dificuldade para escrever direito o nome do empresário. O certo é Lawrence Pih, como escrevemos aqui no blog do Instituto Ame Cidade, e não "Lawrence Pee", como escrevem no site da Prefeitura.

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