terça-feira, 5 de outubro de 2010

PPS quer punição de Lula por encontro político no Alvorada

VEJAONLINE, 5 de outubro de 2010


O PPS vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que usou o Palácio da Alvorada para um encontro político com governadores e senadores aliados (veja matéria abaixo), nesta terça-feira. Os próprios participantes da reunião disseram que estavam lá para discutir estratégias de apoio à candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.

O evento constava na agenda oficial, e ocorreu no meio da manhã – quando, em tese, Lula deveria estar trabalhando. Alguns senadores usaram carros oficiais para se deslocar até o palácio.

Para o deputado federal Raul Jungmann (PPS), Lula cometeu um crime eleitoral. “Os limites já foram ultrapassados há muito tempo. Temos um presidente da República que funciona muito mais como um chefe de partido”. Na representação, o PPS também indaga se a viagem dos senadores e governadores a Brasília foi bancada com dinheiro público.

A ação do partido baseia-se no artigo 17 do Código Eleitoral, que proíbe o ato de “ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos municípios”. Nestes casos, a legislação estabelece uma multa de 5 mil a 100 mil reais.

A Presidência da República ainda não se pronunciou sobre a queixa do PPS.


Lula reúne aliados no Alvorada e pede empenho por Dilma
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou nesta terça-feira governadores e senadores recém-eleitos para pedir empenho dos aliados na campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Lula cobrou que a militância política continue em atividade, mesmo em estados como Pernambuco e Rio Grande do Sul, onde não haverá segundo turno na disputa ao governo.

A reunião ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, e durou cerca de uma hora e meia. Normalmente, Lula assume seu lado cabo eleitoral apenas à noite, após o horário do expediente, e nos fins de semana. Desta vez, no entanto, a reunião, declaradamente com fins eleitorais, ocorreu no horário que o presidente normalmente usa para despachar. Alguns senadores, como Cristovam Buarque (PDT), usaram veículos oficiais para se dirigirem ao encontro.

A atitude do presidente é um sinal de que ele pretende aumentar ainda mais sua atuação para tentar eleger Dilma Rousseff. Lula deve, inclusive, aumentar as viagens pelo país. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirma: “Ele vai se dedicar integralmente à campanha”. O ministro negou, no entanto, que o presidente vá se licenciar do cargo.

O governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), classificou o a ida de Dilma ao segundo turno como “uma lição” dada pelos eleitores de Marina Silva (PV) à campanha petista. “Uma lição para que a gente pudesse ter mais debate”, afirmou.

Ofensiva sobre Marina já começou – Padilha também afirmou que o contato da campanha de Dilma com Marina Silva já está em andamento. As apostas recaem principalmente sobre o senador petista Tião Viana e o governador Binho Marques (PT), que são aliados de Marina Silva no Acre.

Ao mesmo tempo, sem esperar a decisão da senadora verde, a campanha de Dilma Rousseff deve ir atrás do eleitor de Marina. Para isso, os petistas devem dar mais espaço ao discurso ambiental. E reforçar o contato com o público evangélico.

Quem também esteve no encontro com Lula foi o deputado federal Ciro Gomes (PSB). Ele acredita que a candidata verde não apoiará nem Dilma nem Serra no segundo turno: “Se eu bem conheço a Marina, ela vai adotar uma postura de neutralidade”.


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