sábado, 23 de outubro de 2010

"Não se pode passar a mão na cabeça [de agressor]", diz Aécio

FOLHA DE S. PAULO, 23 de outubro de 2010


Em entrevista coletiva concedida na manhã deste sábado (23) em Maceió, o ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) criticou os comentários do presidente Lula sobre a agressão sofrida pelo presidenciável José Serra (PSDB) durante passeata no Rio de Janeiro, na última quarta-feira.

Ontem, Lula voltou a acusar Serra de ter armado uma "farsa" e simulado a agressão. Serra foi atingido por uma bolinha de papel e, na sequência, por um outro objeto.

"Independente do que atingiu o candidato, ele foi atingido por um objeto contundente e foi impedido [de fazer campanha]", disse Aécio. "Não se pode subjugar a democracia."

Para o senador eleito, o episódio parece pequeno, mas é "pedagógico".

"Não se pode passar a mão na cabeça de um companheiro que faça isso. Se amanhã uma pessoa do meu partido, o PSDB, impedir um adversário do PT de fazer sua campanha pacificamente, eu vou externar publicamente a minha condenação, a minha reprovação --e não foi isso que aconteceu", disse.

Em sequência, Aécio fez referência a Lula: "Quando um chefe maior do partido, um político, passa a mão na cabeça, minimiza aquilo que aconteceu, independente do que atingiu o candidato, isso pode estimular que outros atos na mesma direção ocorram".

Ele defendeu que haja "civilidade" na campanha política e manifestou preocupação de que o episódio "acirre as relações" entre os partidos após as eleições. "Eu não posso achar que alguém que não está no mesmo campo político que o meu é meu inimigo. Não é. A política é feita de conversas", disse.

Aécio foi a Alagoas para fazer campanha para o candidato ao governo do Estado, Teotonio Vilela Filho (PSDB).

Nenhum comentário: