GAZETA DO POVO, 9 de julho de 2010
Estatal cita os custos de sua expansão para justificar o fim da política de descontos. Sem eles, eletricidade fica 15% mais cara
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) confirmou ontem o fim da política de descontos iniciada em junho de 2009, que beneficiava consumidores com as contas em dia. Com isso, a eletricidade ficou cerca de 15% mais cara a partir de 24 de junho, quando entraram em vigor os novos valores. Esse salto na tarifa é resultado da soma do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em junho de 2009 – que até então era “anulado” pelos descontos – com o novo aumento aprovado no mês passado.
No caso das residências, os reajustes de 2009 e 2010 foram de 11,03% e 3,65% respectivamente. Agora, ao serem aplicados simultaneamente, eles elevam a tarifa em 15,09%. Na média de todos os consumidores da Copel (cálculo que também inclui indústria, comércio, população rural e outros), os aumentos médios nesses mesmos períodos foram de 12,98% e 2,46% – índices que, juntos, resultam em um aumento de 15,76%.
Em nota publicada ontem, o presidente da Copel, Ronald Ravedutti, disse que a empresa precisa dos recursos da venda de energia para tocar seu programa de investimentos, que soma R$ 1,343 bilhão em 2010. O texto afirma que a execução do programa é necessária para garantir “o adequado suprimento de eletricidade ao Paraná no futuro”, e que a Copel quer “crescer e expandir suas atividades, inclusive fora do Paraná, para assumir um papel de crescente relevo dentro do setor elétrico brasileiro”.
Ao comentar os planos de expansão, Ravedutti mencionou as obras da hidrelétrica de Mauá, que até 2011 terão consumido mais de R$ 1 bilhão, e a futura construção de uma linha de transmissão e uma subestação em São Paulo, arrematadas em recente leilão da Aneel. Juntas, elas vão custar cerca de R$ 270 milhões. “Não podemos comprometer nosso programa de investimentos, sob pena de colocar em risco os projetos de crescimento econômico e social do estado”, disse o executivo.
O presidente da Copel também usou uma justificativa inédita para o fim dos descontos. Segundo ele, a prática “deixou de se justificar como um benefício social”. A empresa teria constatado que metade das contas de luz vinha sendo paga após o vencimento, e que a maioria delas era de residências com baixo consumo de energia. Assim, as famílias mais pobres estariam sendo penalizadas ao pagar a fatura com atraso e, portanto, arcando com a tarifa já reajustada.
Impacto - Em 12 meses, os descontos mantiveram em poder da população – e em circulação na economia paranaense – cerca de R$ 600 milhões, segundo a Copel. Se a estimativa estiver correta, é esse o montante que deixou de entrar nos cofres da empresa no período. Apesar da expectativa de que uma nova política de descontos pudesse ser discutida na assembleia-geral de acionistas de ontem, a empresa informou que o assunto nem sequer estava na pauta da reunião.
Estatal cita os custos de sua expansão para justificar o fim da política de descontos. Sem eles, eletricidade fica 15% mais cara
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) confirmou ontem o fim da política de descontos iniciada em junho de 2009, que beneficiava consumidores com as contas em dia. Com isso, a eletricidade ficou cerca de 15% mais cara a partir de 24 de junho, quando entraram em vigor os novos valores. Esse salto na tarifa é resultado da soma do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em junho de 2009 – que até então era “anulado” pelos descontos – com o novo aumento aprovado no mês passado.
No caso das residências, os reajustes de 2009 e 2010 foram de 11,03% e 3,65% respectivamente. Agora, ao serem aplicados simultaneamente, eles elevam a tarifa em 15,09%. Na média de todos os consumidores da Copel (cálculo que também inclui indústria, comércio, população rural e outros), os aumentos médios nesses mesmos períodos foram de 12,98% e 2,46% – índices que, juntos, resultam em um aumento de 15,76%.
Em nota publicada ontem, o presidente da Copel, Ronald Ravedutti, disse que a empresa precisa dos recursos da venda de energia para tocar seu programa de investimentos, que soma R$ 1,343 bilhão em 2010. O texto afirma que a execução do programa é necessária para garantir “o adequado suprimento de eletricidade ao Paraná no futuro”, e que a Copel quer “crescer e expandir suas atividades, inclusive fora do Paraná, para assumir um papel de crescente relevo dentro do setor elétrico brasileiro”.
Ao comentar os planos de expansão, Ravedutti mencionou as obras da hidrelétrica de Mauá, que até 2011 terão consumido mais de R$ 1 bilhão, e a futura construção de uma linha de transmissão e uma subestação em São Paulo, arrematadas em recente leilão da Aneel. Juntas, elas vão custar cerca de R$ 270 milhões. “Não podemos comprometer nosso programa de investimentos, sob pena de colocar em risco os projetos de crescimento econômico e social do estado”, disse o executivo.
O presidente da Copel também usou uma justificativa inédita para o fim dos descontos. Segundo ele, a prática “deixou de se justificar como um benefício social”. A empresa teria constatado que metade das contas de luz vinha sendo paga após o vencimento, e que a maioria delas era de residências com baixo consumo de energia. Assim, as famílias mais pobres estariam sendo penalizadas ao pagar a fatura com atraso e, portanto, arcando com a tarifa já reajustada.
Impacto - Em 12 meses, os descontos mantiveram em poder da população – e em circulação na economia paranaense – cerca de R$ 600 milhões, segundo a Copel. Se a estimativa estiver correta, é esse o montante que deixou de entrar nos cofres da empresa no período. Apesar da expectativa de que uma nova política de descontos pudesse ser discutida na assembleia-geral de acionistas de ontem, a empresa informou que o assunto nem sequer estava na pauta da reunião.
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