O ESTADO DE S. PAULO, 14 de julho de 2010
Justiça Eleitoral tem prazo até 19 de agosto para decidir se vai atender às solicitações do Ministério Público e impugnar esses nomes
Justiça Eleitoral tem prazo até 19 de agosto para decidir se vai atender às solicitações do Ministério Público e impugnar esses nomes
A Lei da Ficha Limpa tem multiplicado pedidos para exclusão de políticos com folha corrida das eleições deste ano. Até ontem, 1.614 contestações de candidaturas foram protocoladas em Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de 15 Estados.
Grande parte questiona a participação de políticos condenados por tribunais ou que renunciaram para escapar de cassações. A Justiça Eleitoral tem até 19 de agosto para analisar os pedidos. O número de questionamentos deve ser muito maior já que ainda não começaram a ser impugnadas as candidaturas do Estado de São Paulo, que tem mais de 3 mil políticos registrados.
O desembargador Walter de Almeida Guilherme, presidente do TRE paulista, o maior do País, disse que a corte não se manifestou sobre Ficha Limpa porque os registros dos candidatos ainda estão sendo processados. O atraso ocorreu por causa da greve dos servidores do Judiciário - ontem, após 69 dias de paralisação, a categoria decidiu retomar as atividades. "O tribunal deve ser bastante rigoroso no sentido de que a lei seja aplicada", disse Guilherme.
O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) e os ex-governadores Anthony Garotinho (PR- RJ), Joaquim Roriz (PSC- DF), Jackson Lago (PDT-MA), Ronaldo Lessa (PDT-AL) e Marcelo Miranda (PMDB- TO) são alguns dos políticos conhecidos na lista de impugnações da Procuradoria Eleitoral.
Mesmo que o TRE rejeite a candidatura dos fichas-sujas, eles poderão fazer campanha e ser incluídos na urna eletrônica. Mas, no futuro, poderão ter o mandato cassado.
Recorde - Em Alagoas, o procurador regional eleitoral, Rodrigo Tenório, deu entrada em 380 pedidos de impugnação - 86% do total de 438 candidatos -, incluindo o de Ronaldo Lessa (PDT), que pretende disputar o governo. Lessa foi condenado por abuso de poder político e econômico.
Em Goiás, o Ministério Público Eleitoral registrou a impugnação de 180 candidatos. A procuradoria do Amazonas encaminhou ao TRE 117 contestações. Entre elas está a de Marilene Corrêa (PT), ex-secretária de Ciência e Tecnologia, que teve suas contas rejeitadas em 2005 pelo Tribunal de Contas do Estado.
No Rio Grande do Sul, a procuradoria impugnou 28 das 926 candidaturas. Na lista está o do deputado Pompeo de Mattos (PDT), candidato a vice-governador na chapa de José Fogaça (PMDB).
No Mato Grosso do Sul chega a 104 os pedidos de impugnação, incluindo a da candidata a vice-governadora de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, a advogada Tatiana Azambuja Ujacow. Outros nomes da lista são o deputado Dagoberto Nogueira Filho (PDT), que concorre ao Senado, e o suplente do senador Delcídio do Amaral (que vai tentar a reeleição), Pedro Chaves Santos Filho.
No Amapá, o Ministério Público pediu impugnação de registro de João Alberto Capiberibe (PSB), ex-governador do Estado. Em 2004, Capiberibe teve o mandato de senador cassado, acusado de ter comprado votos.
A procuradoria no Espírito Santo impugnou a candidatura de 14 político. O nome mais importante é o do ex-presidente da Assembleia Legislativa José Carlos Gratz, que tenta concorrer ao Senado pelo PSL. Cassado em 2002, condenado pelo Tribunal de Contas do Estado e alvo de ações penais, Gratz tentou obter liminar no Supremo Tribunal Federal contra a Lei da Ficha Limpa.
O TRE do Paraná vai analisar pedidos de impugnação de 23 dos 974 requerimentos de registro para as eleições. Entre os citados está o deputado Alceni Guerra (DEM).
No Ceará são 42 impugnações, como a do candidato ao governo pelo PV, Marcelo Silva, e do ex-presidente estadual do PT Ilário Marques, que teve contas rejeitadas quando prefeito de Quixadá.
No Rio Grande do Norte, a ex-governadora Wilma de Faria, candidata ao Senado pelo PSB, e outros 25 candidatos enfrentarão ações de impugnação. O advogado de Wilma, Erick Pereira, negou que ela tenha débito com o TRE. Na Bahia, houve 118 pedidos de impugnação
Um comentário:
CONEXÃO PROJOVEM
As muitas irregularidades constatadas na execução do PROJOVEM Brasil afora não são meras coincidências. Se não todas, pelo menos grande parte delas podem ser parte de um grande esquema nacional para reforçar o caixa 2 em época de eleições.
Pelo que transparece do cruzamento de informações públicas, o PDT tem um belo esquema para se beneficiar com o programa.
Vejamos a lista de coincidências:
Ministro do Trabalho: Carlos Luppi – PDT
Presidente nacional do PDT: Carlos Luppi - PDT
Secretário indiciado pela PF em Porto Alegre por desvio de dinheiro do PROJOVEM: Mauro Zacher - PDT
Assessor Especial do Ministro Carlos Luppi: Flavio Zacher
Nome forte do PDT no interior do RS: Fabio Zacher
Sempre presente em eventos do PROJOVEM no RS: Flavio Zacher
Entidade com maior número de contratos para executar o PROJOVEM: IDESH
Contratou o IDESH sem licitação em Salvador: Carlos Ribeiro Soares - PDT
Tesoureiro do PDT condenado pelo TCU a devolver 100 mil reais: Carlos Ribeiro Soares
Prefeito que contratou o IDESH sem licitação em Búzios-RJ: Mirinho Braga-PDT
Amigo pessoal de Carlos Luppi em Búzios-RJ: Mirinho Braga
Contratou o IDESH em licitação irregular em Londrina PR: Barbosa Neto – PDT
Cidade cuja justiça viu irregularidades na licitação do IDESH: Londrina
Insistiu na contratação do IDESH mesmo após tomar conhecimento dos problemas que o instituto causou em Salvador: Barbosa Neto – PDT
Único Secretário londrinense que não cai nas constantes trocas feitas por Barbosa Neto: Flavio Passos de Góes
Origem do secretário que nunca cai, Flavio Passos de Góes: nordeste
Origem de Carlos Luppi: nordeste
Região do país quem tem maior número de denúncias do PROJOVEM: nordeste
Secretário do nordeste que contratou empresas sem licitação para o PROJOVEM: Weverton Rocha - PDT
Secretário denunciado pelo MP por fraudes no PROJOVEM: Weverton Rocha - PDT
Subtraiu 656 colchões da Defesa Civil no Maranhão: Weverton Rocha - PDT
Cidade do país com maior número de irregularidades no PROJOVEM: Salvador
Quem executou o PROJOVEM em Salvador: IDESH
Eterna colaboradora e assessora de Barbosa Neto: Camilia Gilioli
Indicada por Barbosa Neto para trabalhar no PROJOVEM de Londrina: Camilia Gilioli
Investigado pelo MP por nomeações prévias para o PROJOVEM: Barbosa Neto - PDT
Secretário que não fiscalizou direito a execução do PROJOVEM em Curitiba, permitindo um atraso de mais de seis meses: Jorge Bernardi - PDT
Anterior ocupação do secretário Jorge Bernardi: Deputado Estadual no Paraná
Anterior ocupação do prefeito Barbosa Neto: Deputado Estadual no Paraná
Anterior ocupação de Camilia Gilioli: assessora do então deputado estadual Barbosa Neto
Perdeu licitações do PROJOVEM por, conforme julgamento expresso das comissões, não ter experiência e capacidade nas cidades de Maceió e Maringá: IDESH
Mês em que o IDESH foi afastado da licitação em Maringá por não ter documentos que comprovem experiência e capacidade: Junho/10
Mês em que o IDESH foi contratado pelo prefeito Barbosa Neto, mesmo depois de recurso administrativo interposto pela perdedora o qual mostrava o histórico da entidade em Salvador: Junho/10
Se tudo isso é só coincidência, tanto melhor para eles. Mas você acredita em tantas coincidências assim?
Marcelo Custodio Pires
R.G. 3.168.037-8, C.P.F. 752.109.729-68
São Luiz - Maranhão
Mais informações:
http://muraldamutreta.blogspot.com
http://domaugostodamateria.wordpress.com
http://pacocacomcebola.blogspot.com
http://jonirocha.blogspot.com
Postar um comentário