quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vaga para Gleisi Hoffman no Senado estremece aliança petista com Osmar Dias

VALOR ECONÔMICO, 9 de junho de 2010


O PT ainda espera fechar uma aliança com Osmar Dias (PDT) para o governo do Paraná. Mas a indecisão do pedetista, que negocia com os petistas mas deixa em aberto a possibilidade de uma parceria com o PSDB local, levou o PT a buscar uma alternativa: apoiar o atual governador do Estado, Orlando Pessutti (PMDB). As conversas se intensificaram há duas semanas e têm o aval pessoal do presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Caso se coligue ao PMDB, o PT paranaense poderia manter a mesma estratégia política pensada anteriormente: lançar Gleisi Hoffman para o Senado. A segunda vaga na chapa majoritária caberia ao ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB).

A indefinição em relação a Osmar Dias reside justamente na vaga para o PT na chapa majoritária. Osmar insiste em atrair o partido para o cargo de vice-governador, algo fora dos planos dos petistas. O senador paranaense deu essa sinalização para o PT porque o PDT pretende oferecer a vaga ao Senado para o deputado Ricardo Barros (PR).

Como o PT não aceita essa configuração, Osmar Dias começou a conversar com o PSDB local, que lançará o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa, para governador. Se essa aliança prosperar, Osmar Dias abriria mão de disputar o governo e concorreria à reeleição ao Senado. Para selar a união, o PSDB avisou que concorda em apoiar Ricardo Barros para o Senado (como quer o PDT) abrindo mão de lançar o nome do deputado Gustavo Fruet para o cargo.

Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, não se envolveu ainda nas novas conversas para o governo do Paraná. Há dois meses ela reuniu-se com a direção nacional do PDT, quando foi firmado o acordo que o PT local apoiaria Osmar Dias para o governo e que Gleisi seria candidata ao Senado. Na mesma época, ficou acertado que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não seria candidato, para não dividir as atenções do PT paranaense.

Dilma está neutra nesse momento para não melindrar possíveis aliados. Pessutti - que já avisou que apoiará a petista para presidente - será candidato ao governo, independente do apoio do PT. Se Osmar Dias se mantiver no páreo, ela terá dois palanques estaduais. Os pemedebistas afirmam que há até um acordo firmado com o PDT para um possível apoio recíproco no segundo turno. Mas os petistas duvidam disso. "Osmar só será candidato se tiver a certeza do apoio do PT".

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