sábado, 24 de abril de 2010

Vereadora de Londrina é de­nun­cia­da por ato de im­pro­bi­da­de ad­mi­nis­tra­ti­va

FOLHA DE LONDRINA, 24 de abril de 2010

Vereadora Sandra Graça (PP) é investigada por manter funcionário fantasma. Ação do Ministério Público de­nun­cia ve­rea­do­ra e ex-as­ses­sor por pa­ga­men­to ile­gal de R$ 10,8 mil por ‘ser­vi­ços ­fantasmas


Mais um membro da atual legislatura da Câmara de Vereadores de Londrina passa a responder uma ação civil pública de autoria da promotoria de defesa do patrimônio público. Ontem, os promotores Renato de Lima Castro e Leila Voltarelli ajuizaram ação que denuncia, por ato de improbidade administrativa, a vereadora Sandra Graça (PP) e Salvador Yukihide Kanehisa, ex-assessor da vereadora. A ação tramita na 5 Vara Cível.

De acordo com os promotores, Kanehisa teria recebido salário ilegalmente no período de 28/09/2005 a 25/10/2005, quando ele esteve no Japão, tratando de assuntos pessoais, sem estar gozando férias. Cópia do passaporte, das passagens aéreas e do visto da imigração do acusado são provas apresentadas pelo Ministério Público (MP) à Justiça.

Posteriormente, entre abril e dezembro de 2008, Kanehisa, que é proprietário de uma marcenaria e de uma academia de artes marciais, novamente teria recebido seus vencimentos na Câmara sem trabalhar. ''Levantamos provas muito fortes. Há gravações nas quais o próprio assessor admite que trabalha em tempo integral na sua atividade privada. Há também oitivas de funcionários da marcenaria'', destacou Castro.

As irregularidades teriam acontecido na legislatura passada. Sandra Graça foi reeleita em outubro de 2009 para seu terceiro mandato no legislativo londrinense. As investigações que culminaram com a ação começaram em 2008, com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), após informações de que Kanehisa trabalharia, em horário de expediente na Câmara, na marcenaria, na academia de artes marciais, e ainda ministrava um curso de 70 horas do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), voltado a defesas pessoais.

''A ação pede a condenação da vereadora e de seu ex-assessor, o que pode resultar na suspensão dos direitos políticos, reparação dos danos, impossibilidade de contratar serviços públicos. É possível até a perda de mandato, o que se dá somente após o término da ação com trânsito em julgado. No total, calculamos que o dano aos cofres públicos com os pagamentos ilegais a Kanehisa foi de R$ 10.868,66'', explicou o promotor. Ele disse que não foi investigado se essa quantia ficou inteiramente com o ex-assessor.

A FOLHA entrou em contato com Sandra Graça. Sobre a ação ajuizada pelo MP, a vereadora disse que ''não estava sabendo de nada''. ''Estou me maquiando para participar de um programa de tevê'', desconversou. Questionada se Kanehisa trabalhava ou não em seu gabinete, Sandra se recusou a responder. ''Só quando eu tomar conhecimento dos fatos.''

A reportagem também procurou o ex-assessor parlamentar. Ele não quis falar sobre o assunto.

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