segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Onde falta a ética também desaparece a qualidade política e técnica

INSTITUTO AME CIDADE, 18 de janeiro de 2010

A corrupção acaba sendo determinante em nossos municípios no pior sentido. Cada vez mais se sente que a queda de qualidade dos serviços públicos aproxima-se de um abismo que faz das cidades brasileiras lugares cada vez mais difíceis de se morar.

É que o orçamento de uma prefeitura tem sempre um grande peso na economia local. Quando falta a ética, instala-se a cultura da corrupção. Com a cultura da corrupção vai-se direcionando o dinheiro público para o aumento de fortunas particulares e privilegiando empresas privadas montadas apenas para ganhar as licitações e se apossar das verbas. Fazer o serviço é sempre o de menos, mesmo porque este tipo de empresa não tem tal capacidade.

Instalada a cultura da corrupção fica impossível surgir nos municípios empresas prestadoras de serviços de qualidade. Como a administração pública passa a ser um jogo de cartas marcadas em que se ganha não pelo serviço em si, mas pelo que se pode oferecer de facilidade para o roubo dos cofres públicos, os empresários honestos e competentes são imediatamente eliminados do processo. Empresas de qualidade também evitam se instalar nestas cidades.

Dessa forma, do mesmo modo que a corrupção afasta da política as pessoas de bem deixando espaço para construção das carreiras de políticos medíocres, também empresários e profissionais de qualidade deixam de prestar serviços para a administração pública.

A corrupção não deixa espaço para a iniciativa privada de qualidade. Por isso o empresário honesto deixa de participar do setor de serviços públicos. E nossa administração pública vai gradativamente perdendo qualidade e sendo ocupada por empresas que na verdade não tem capacidade tecnológica alguma para prestar os serviços contratados.

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