Época informa em reportagem publicada esta semana que o ministro Bernardo e sua esposa, a também ministra Gleisi Hoffman, teriam usado um avião da empreiteira. Ao lado, o ministro Bernardo e uma foto do avião publicada pela revista. Caso haja a comprovação do uso, o ministro contrariou de forma grave o Código de Conduta da Alta Administração Federal, que diz que "nenhuma autoridade pode receber transporte [...] ou qualquer outro favor de fonte privada".
Um dos motivos para a demissão de Wagner Rossi do cargo de ministro da Agricultura na semanada passada foi a carona que pegou num jatinho de empresários com interesses na pasta que ocupava.
A nota oficial aparece após mais de quarenta dias em que Época vem tentando obter uma resposta sobre o uso do avião particular, que a revista garante ter o testemunho de alguém que viu o ministro usando.
A obra do anel viário de Maringá é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O tribunal aponta sobrepreço de R$ 10,5 milhões nos pagamentos do Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes).
No mês passado o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem em que afirma que uma amiga do casal de ministros petistas (Paulo Bernardo, das Comunicações) e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil) "atuou no governo para obter apoio do Ministério dos Transportes à construção do anel viário de Maringá (PR)".
Conforme a matéria do jornal, Teresinha Nerone é contratada desde 2008 pela Prefeitura de Maringá para "assessoramento na montagem e acompanhamento de processos para a captação de recursos" e tem "uma antiga e estreita relação com o casal de ministros".
Para atestar a intimidade como o casal de ministros da suposta lobista que atuava no Ministério dos Transportes, a Folha informa que, em outubro de 2009, ela postou em sua página no microblog Twitter que estava "na praia, tomando vinho" com Gleisi e Paulo Bernardo. Questionado pelo jornal sobre isso, Bernardo respondeu: "Isso não é da sua conta".
Recentemente o ministério dos Transportes foi o centro de um escândalo de corrupção no governo Dilma, que veio a público após uma reportagem da revista Veja, em 2 de julho. Na reportagem a revista denunciou um esquema ligado a representantes do PR, partido que comandava os Transportes. Segundo Veja, funcionários da pasta e de órgãos vinculados ao ministério praticavam superfaturamento de obras e recebimento de propina por empreiteiras.
O escândalo levou à queda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e a um forte abalo na base política de apoio do governo do PT.
A denúncia da revista Época sobre o uso pelo ministro Paulo Bernardo do avião de uma empreiteira que presta serviços para o governo traz o político paranaense para o foco da mídia numa situação que tem causado muito desconforto para o governo Dilma.
A nota divulgada pelo ministro Bernardo não responde à questão mais simples levantada na reportagem: se ele viajou no avião King Air, matrícula PR-AJT, que pertence ao empresário Paulo Francisco Tripoloni, dono da construtora Sanches Tripoloni.
A nota do ministro Paulo Bernardo, muito longa e buscando fugir do assunto central que interessa à opinião pública, pode ser lida no post abaixo. A pronta resposta da revista Época pode ser lida no mesmo post.
Um comentário:
em cornelio procopio ate na eleicao do sindicato dos funcionarios eles desenterram gente pra votar
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