terça-feira, 31 de agosto de 2010

A estiagem parece não ter fim

FOLHA DE LONDRINA, 31 de agosto de 2010

Tempo seco elevou a demanda nas unidades de saúde e município adotou medidas para evitar problemas com estudantes


A estiagem parece não ter fim. Basta olhar e constatar que uma enorme nuvem de poeira toma conta do céu. Em todo o Estado, são 26 dias sem chuva e o que é pior: sem nenhuma previsão para os próximos dias, segundo dados do Instituto Tecnológico Simepar. Na última semana, a Copel registrou 48 desligamentos no Norte, em função de queimadas ou incêndios, prejudicando 96 mil domicílios. De acordo com informações da assessoria de imprensa da empresa, os desligamentos ocorrem quando o fogo chega próximo das redes de transmissão, que são programadas para interromper a passagem de energia em caso de calor intenso.

Em algumas unidades de saúde de Londrina o número de atendimentos dobrou. O clima seco é tamanho que até os cuidados básicos parecem, muitas vezes, ineficientes. Na casa de Arlete Aparecida Oliveira Silva, o consumo de água dobrou assim como os cuidados com a higiene, mas não foram suficientes para impedir que a pequena Ana Luiza, 2, fosse encaminhada ao Pronto Atendimento Infantil (PAI), na Região Central. ''Há dias está com febre, pulmão carregado e o nariz trancado. Essa é a terceira vez que busco atendimento médico, fora as inalações que tenho feito em casa, três vezes ao dia.''

Na sala de urgência, Danielle Dias observava o filho Pedro Henrique, cinco anos, internado para receber oxigênio. ''É a segunda vez que o tempo seco prejudica a respiração dele. Ano passado, ele teve pneumonia e esta semana ele estava sentindo muita falta de ar e com tosse.''

De acordo com Adriana Ladeia de Carvalho Parreira, gerente do PAI e do Pronto Atendimento (PAM), só na manhã de ontem foram registrados 100 atendimentos a crianças menores de 12 anos e 120 a jovens e adultos. ''Estamos com uma média de duas a três horas de espera. Os casos mais agravantes são os quadros respiratórios. Há duas semanas estamos com cerca de 300 atendimentos diários'', afirma. A média diária era de 100 a 150 atendimentos.

Na UBS do Jardim Leonor (Zona Oeste), a procura aumentou em 30%. Segundo a enfermeira Telma Trevisan, as pessoas apresentam tosse seca, sangramento no nariz e crises de asma.

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